Declaração

Se eu fosse o luar de prata
Que assoma à tua janela,
Dir-te-ia que o sol mata
E que é minha amiga a estrela.
Iria minha tristeza depositar
À tua porta e ,ao vê-la,
Deitar-me-ia a chorara.

Mas não!! Sou o sol abrasador,
Gostava de dar toda a alegria
Que pudesse, em meu redor.
Gostava de aquecer tua mão fria,
De dar-lhe todo o calor e,
Assim, ela sentiría
Quão imenso é o meu amor.
...
(mudando de tom)

Mas que posso mais fazer?
Ás palavras dar mais sabor,
Pra que saibas (como já deves saber!)
A dimensão deste amor?
Sabe-lo maior do que este planeta?...
... Pra dizê-lo, para o descrever
Já não chega esta caneta!

22-03-1997

A resposta

Tu, esquelética defesa da minha alma
Que não sabes ver que ela está ferida e fraca,
Se é pra me deixares assim, tão calma,
Mais vale espetares-me a faca.

Vá, não temas
Espeta a faca por trás.
Diz que não me amas
E vais ver o que o amor faz!

Mas alto!!!...se o que tens pra dizer
É afiado como uma lança,
Não digas
Que nasce logo uma esperança.

Mas se o que tens pra dizer
É doçe como uma flôr,
Diz logo
Ou me matas de amor.

No entanto só te peço uma bravura:
Seja qual for a tua resposta
Não deixes de falar a esta figura
Que de ti tanto gosta.

Poesias

A pedido de várias famílias vou publicar aqui, de vez em quando, alguns poemas de alguém que não se quer identificar, e que passou por uma fase "boé" romântica.
(ainda bem que já lhe passou...hi,hi,hi!!)

Então aqui vai...


Palavras

Palavras são só palavras
... e essas leva-as o vento.
O que interessa, bem no fundo,
É o nosso sentimento.
É dizer, mas não com a voz,
Aquilo que vive em nós.

Palavras? Que coisa inútil.
Gastar tinta? Mas para quê?
O sentimento mais nobre
É aquele que se lê
Não em folhas aos molhos,
Mas lá no fundo dos olhos.

Palavras ditas por nada,
Por vezes sem sentimento.
Pra te dizer quanto é grande
O meu amor neste momento,
Como ele é verdadeiro...
Não chegava o meu tinteiro.

21-12-1996