quinta-feira, 2 de junho de 2011

Quando eu morrer











Quero-te perto ao morrer
Cheio de doçura e esplendor,
Abrir os olhos pra te ver
E morrer depois de amor,
Só de sentir teu calor,
Teu olhar entristecer.

A tua voz quero ouvir
Como hino secular
E depois, irta, cair
Só por te ouvir implorar,
Por te ouvir gemer, chorar,
Ao veres-me quase a partir.

Quero sentir tua mão
Dizer-me adeus com piedade
Por já sentir a solidão.
E despedir-me com saudade,
Ao lembrar a mocidade,
Os tempos que já lá vão.


(15-5-1996)