segunda-feira, 29 de março de 2010

A química e os sentimentos.

Já muitas vezes me perguntei o que acontece na minha cabeça (e na da maioria das pessoas) pra me apaixonar por pessoas que em nada se parecem comigo e com objectivos de vida tão diferentes dos meus. Depois de 1000 neurónios queimados a pensar sobre o assunto, acho que muito mais do que sentimental, o processo de selecção é regido por reacções químicas que não conseguimos explicar, muito menos controlar.

Então, quem tem culpa das minhas constantes desilusões amorosas? A culpada é a OXITOCINA que estimula a união entre as pessoas, a criação de laços estreitos. "Segundo um estudo realizado por uma equipe de cientistas da universidade de Pisa (Itália) em 2006, enquanto nos primeiros momentos do relacionamento abunda um elemento químico chamado neurotrofina, que provoca o desejo, com o passar do tempo essa substância cede espaço ao hormônio chamado oxitocina". Ou seja, encantamo-nos por uma pessoa por causa da neurotrofina e passamos a amá-la por culpa da oxitocina. E eu que nunca fui boa aluna na disciplina de QUÍMICA!!

Tudo acontece assim: No momento em que olhamos pra uma pessoa, notamos que uma energia de atracção oferece uma sensação muito boa, muitas vezes relacionada com estímulos visuais e odoríferos; nesse momento percebemos que essa pessoa é especial, mesmo sem tê-la beijado. Quando nos vemos, nosso coração bate mais forte; nossos olhares se encontram e sentimos essa energia, então entendemos que é a famosa "Química" entre pessoas do sexo oposto.
O que determina, no meio de centenas e milhares de pessoas, sermos atraídos exactamente por aquele homem ou aquela mulher? Somos atraídos muitas vezes por pessoas que fogem aos nossos padrões de beleza. Tanto que, às vezes, até nos perguntamos: o que é que eu vi nele (a)? As hormonas são quase sempre as responsáveis por esta atracção; sem nos apercebermos o nosso corpo emana odores imperceptíveis ao nosso olfacto mas que o nosso cérebro reconhece e que muitas vezes são fatais para o enamoramento. O problema é que, mesmo quando a química não é imediata, basta um beijo para (como eu costumo dizer) nos roubar a alma (certo Susana?).

Esta química, mas numa versão mais "soft", também acontece no que toca às amizades. Nunca vos aconteceu criarem empatias instantâneas? Pensarem "eu sempre gostei dele/a" ou "nunca fui com a cara dele/a"? A mim acontece-me muitas vezes e raramente me engano com as primeiras sensações sobre as pessoas pois, afinal, é tudo uma questão de química.
Acontece como um amor à primeira vista mas na vertente do carinho (Não é Sandrinha? Não é Cat? Não é Anokas). Sem termos muita convivência com uma pessoa, sentimo-nos por vezes capazes de lhe confiar os mais íntimos segredos, as mais tumultuosas dúvidas, os medos mais precistentes. Gostamos daquela pessoa e pronto. O Carinho por aquela pessoa instala-se. E o que é o carinho, afinal? É a tal química mais "soft". É um devaneio de meiguice que se pode sentir e que se sente por muita gente. O carinho troca-se com o número de pessoas que se quiser, e que quiserem. Nasce graças a um nadinha (muito certamente à química) e vive de suaves vínculos entre as pessoas. No fundo, o Carinho é um amorzinho que se tem por quem não se ama realmente, por quem se sente amizade, por quem se respeita e admira.
Concluindo, porque preciso de descansar os neurónios antes que queime mais algum, o carinho resulta da química entre pessoas do mesmo sexo ou entre pessoas do sexo oposto que não queremos ou não podemos amar.

terça-feira, 23 de março de 2010

Steven Biko

No passado Domingo, assisti na televisão (TVC2) a um filme sobre o apartheid na África do Sul e sobre um dos heróis que lutaram pelos direitos dos negros. O nome desse filme é Cry Freedom ( Grito de Liberdade ) e conta a história do activista sul-africano Steven Biko baseada nos livros de Donald Woods, um jornalista que tudo fez para o ajudar.
Nunca tinha visto e gostei bastante. Aqui fica o trailer para verem algumas imagens.




É um relato da amizade entre dois homens, o editor liberal de um jornal Daniel Woods (Kevin Kline) e o activista negro sul-africano Steven Biko (Denzel Washigton). Biko, foi um jovem activista negro, lutador contra o apartheid, dirigente estudantil e fundador do Movimento Consciência Negra. Em 1966 , ingressou no curso de Medicina na Universidade de Natal e tornou-se um activista estudantil. Em Março de 1973 , foi proibido de sair da cidade de King William, não podia comunicar com mais de uma pessoa de cada vez, desde que não fosse da sua família, e não podia publicar nada, assim como os seus escritos anteriores não podiam ser divulgados ou citados.
Depois de ter conhecimento dos verdadeiros horrores do apartheid, através das descrições de Biko, Woods descobre que o seu amigo foi silenciado pela polícia. Biko morreu com 30 anos, no dia 12 de Setembro de 1977, em consequência de bárbaras torturas da polícia sul-africana.
Determinado a levar a verdade ao conhecimento de todo o mundo, Woods embarca numa perigosa aventura para escapar da África do Sul e divulgar a história de coragem de Biko.

Uma história verdadeira que vale a pena conhecer.


P/S - Não "Cat", ainda não foi desta que escrevi sobre a "química"! Talvez para a próxima vez. Bjs

segunda-feira, 8 de março de 2010

Ne me deixes...




Gosto muito desta música e acho esta versão muito interessante, diferente de todas as outras.
(tradução possível pq o meu francês n é dos melhores)


Não me deixes.
Devemos esquecer, tudo o que passou pode ser esquecido,
Esquecer os tempos dos mal-entendidos e os tempos perdidos
Tentando saber como.
Esquecer as horas que às vezes mataram
Com sopros de porquê, coração de felicidade,
Não me deixes, não me deixes, não me deixes!

Eu vou oferecer-te pérolas de chuva
Que vêm dos países onde não chove.
Eu vou cavar a terra até à minha morte
Para cobrir o teu corpo de ouro e luzes.
Eu farei uma terra onde o Amor será Rei
Onde o Amor será Lei e onde tu serás Rainha.
Não me deixes, não me deixes, não me deixes!

Não me deixes.
Eu inventarei palavras sem sentido
Que tu compreenderás.
Eu te falarei sobre os amantes
Que viram duplamente
Seus corações incendiar-se
Eu te contarei a história deste rei
Morto por não poder reencontrar-te.
Não me deixes, não me deixes, não me deixes!

Nós frequentemente vemos
renascer o fogo, do vulcão antigo
Que pensámos estar velho demais.
Mostrou-nos, em terras que foram queimadas,
nascendo mais trigo do que no melhor Abril.
E quando vem a noite com um céu flamejante
O vermelho e o negro não se casam.
Não me deixes, não me deixes, não me deixes!

Não me deixes.
Eu não chorarei mais, eu não falarei mais.
Eu me esconderei lá pra te contemplar
A dançar e a sorrir,
E pra te ouvir cantar e então rir.
Deixa que eu me torne
A sombra da tua sombra, a sombra da tua mão,
A sombra do teu cão.
Não me deixes, não me deixes, não me deixes!

Não me deixes, não me deixes, não me deixes!

N me deixes...



Jacques Brel