
Teus olhos de lince,
Rasgados, ousados e sedosos,
São como a chuva da manhã
Que refresca o campo e lava
A fofa terra de impuresas,
De maldades e de odios.
Assim como a tua boca,
Eles são o agasalho que me aquece
No Inverno, que me protege
E me acolhe em horas más
E que me fazem renascer para o Verão.
Esses olhos que levo comigo ao deitar
E que me acordam ao amanhecer
São a minha desgraça de tão doces,
São a minha virtude de tão puros,
São a minha vida a acontecer.
(11-4-1996)